Agricultura

segunda, 21 de agosto de 2017

Agroindústrias familiares querem aumentar vendas para programas de governo

As pequenas agroindústrias mantidas por associações de produtores ou cooperativas podem ganhar escala de produção e receber recursos financeiros constantes com a inserção nos programas públicos de Alimentação Escolar (PNAE) e sociais, desenvolvidos pelo Governo Federal e pelos governos estaduais. Quinta-feira, 17, no auditório da Amsop, em Beltrão, o seminário regional de mercados institucionais reuniu representantes de cooperativas, prefeituras, universidades e instituições governamentais.

Caio Rocha, secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, foi um dos palestrantes. Ele disse que a intenção é fortalecer e qualificar a agricultura familiar e suas entidades para que participem do PNAE. "O PNAE, que é o grande mercado da agricultura familiar, tem um potencial no Paraná de R$ 57 milhões, e é hoje o grande mercado das cooperativas, do agricultor. Hoje estamos discutindo um mercado de R$ 62 milhões, maior que o PNAE, que são as compras que o Estado faz".

Informações aos interessados

O secretário disse que há orçamento e previsão de gasto no Brasil, com alimentação escolar, de R$ 3,7 bilhões, dos quais R$ 2,7 bilhões devem ser adquiridos da agricultura familiar. "Ou seja, precisamos estar com as cooperativas organizadas, com o agricultor preparado para ter produto para fornecer e ter uma estratégia de produção, com produtos de qualidade, bem embalados, competitivos. Para isso, estamos hoje aqui trazendo esclarecimentos e demonstrando a importância do Município que tem agricultura familiar comprar do próprio município, da própria região ou Estado. Já houve editais em que o Rio Grande do Sul vendeu feijão aqui. Esta é a razão de a gente estar aqui, assim como já estivemos no Brasil todo, que é para incentivar a agricultura familiar", informou Caio.

O principal insumo para ocorrer as compras é o conhecimento dos empreendedores rurais que produzem alimentos. O segundo é a organização do setor, buscando os produtos disponíveis para vender e as instituições que precisam comprar. "E nós já fizemos um portal (mds.gov.br/compra-da-agricultura-familiar) para auxiliar desde os contratos, questões jurídicas, desde o plantio até a comercialização", informa Caio.

Os dois lados

Ivori Fernandes, presidente da Unicafes Paraná, disse que o encontro buscou juntar as pessoas e instituições envolvidas na produção de alimentos e na compra. "Já vimos discutindo ao longo do tempo a realização de alguns seminários em que a gente traz, de fato, os atores da agricultura familiar para o desenvolvimento local, regional e a nível estadual e até nacional. O nosso objetivo é juntar os atores, que botam a mão na massa, para estar trabalhando forte essa questão das compras institucionais, colocando-os frente a frente para trabalharmos como que melhora, como que nós chegamos a municípios com acesso maior, que não só seja 30% que manda a lei, mas que seja 70%, 80% ou por que não, 100%. Isso ajuda muito no desenvolvimento que é quando você coloca o dinheiro circular nos próprios municípios", comentou.

O secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara, destacou que o Governo do Paraná vem comprando produtos dos pequenos agricultores e agroindústrias para programas sociais e de alimentação escolar. "Uma das formas de fazer uma sustentação mais ousada e boa para a nossa agricultura familiar são os programas de aquisição de alimentos, as compras institucionais para consumo dos entes públicos, como hospitais, Polícia, Exército, escolas, e outra forma são os programas de aquisição para a parcela mais vulnerável da sociedade. Mas todo mundo sabe que a dependência de um único mercado, no longo prazo, qualquer soluço pode inviabilizar todo um processo de incentivo à produção, e deixar numa fria quem está produzindo. Mesmo assim, são importantes".
Ele observou que o Brasil e o Paraná vêm, de forma crescente, implantando políticas de aquisição de alimentos dos pequenos produtores rurais. "A alimentação escolar tem um aspecto relevante porque está gerando oportunidades locais. O Estado vem aplicando de forma crescente recursos para diversificar o mix de produtos que chegam nas escolas, qualificando os produtos, que chegam mais frescos, com mais qualidade".

Durante o seminário foram assinados convênios entre a Unicafes e os governos do Estado e Federal de R$ 2 milhões na área da agricultura familiar.
Fonte: Jornal de Beltrão

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